segunda-feira, 16 de junho de 2014

Estrela da Sorte

                                                          Histórias Vividas
                                                          Estrela da Sorte
Diz quem sabe que todos temos uma estrela da sorte que nos guia e protege.
Eu tenho a minha. Chama-se Sol.
É uma estrela muito atarefada. Durante o dia tem que dar luz ao Mundo, de noite iluminar a Lua, não devendo com isso esquecer-se de me proteger.
Ao longo de muitos anos tudo correu bem. A minha vida era pacata e feliz, nada me faltava. Por isso a Sol tinha todo o meu apreço.
É também muito brincalhona e com as amigas Mimosa e Pálida, um dia, resolveram ir brincar com as nuvens Algodão, o Arco Íris e o Vento Zéfiro, o mais calmo dos irmãos.
Saltando de nuvem em nuvem, embaladas pelo Vento Zéfiro, chegaram ao Arco Íris que fazia de escorrega.
:- IUPI!!!Diz a Pálida que misturada com as cores do Arco Íris ficou toda corada.
:- Lá vou eu!!! Fala a Mimosa enquanto as suas manchas pretas cintilavam como uma árvore de Natal.
:- Áh... Áh... Áh!!! Ria a Sol feliz enquanto era empurrada suavemente pelo Vento Zéfiro.
Os irmãos do Vento Zéfiro, o Vento Bóreas, frio e violento, o Vento Eurus, criador de tempestades e o Vento Noto, quente e formador de nuvens más, vendo toda aquela alegria, furiosos por não quererem brincar com eles, decidiram acabar com tanta euforia.
Entre eles formaram uma tal tempestade que o Céu escureceu.
A Sol, a Mimosa e a Pálida, protegidas pelo escudo do Vento Zéfiro, tentaram resguardar-se no regaço das nuvens Algodão, escondidas atrás do Arco Íris.
A tempestade era tão forte que não aguentaram. Perderam-se uns dos outros. O Arco Íris desfez-se.
A Sol caiu num buraco negro e lutou até à exaustão. Já não deu conta de ser amparada pelos amigos.
De tão cansada adormeceu profundamente. A Mimosa e a Pálida, muito preocupadas, não a quiseram acordar.
Assim eu fiquei um dia sem proteção. Foi o bastante para que o Mundo desabasse sobre a minha cabeça. Fiquei completamente desnorteada sem saber o que fazer, nem perceber o que tinha acontecido.
Nisto chegam a Sol e as amigas montadas nas nuvens Algodão, embaladas pelo Vento Zéfiro.
A Sol muito ralada e chorosa conta o que se tinha passado. Pedindo desculpa dava-me beijinhos e abracinhos quentinhos para me consolar.
Tal como a Fénix renascida das cinzas, ergui a cabeça e disse;
:- Não te preocupes, não tens culpa de nada, a vida tem que continuar.
Ainda hoje a Sol é minha guia e protetora tendo toda a minha confiança.
(Passó)
16-06-2014 
  

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